segunda-feira, outubro 31, 2005
Ontem e hoje, a mesma massa...
“Galilée fut persécuté pour avoir découvert les secrets du ciel; des ignorants furent ses bourreaux. Je le suis pour avoir révélé les mystères de la conscience des hommes; et des sots me tyrannisent. L'esprit, la science et l'imagination seront toujours le désespoir des gens stupides.”
Afinal, o marquês podia passear-se pelo nosso jardim à beira mar plantado apreciando as mesmas personagens, tecendo os mesmos comentários. Afinal, os tempos passam mas a estupidez mantém-se.
"Dione ... e muito mais..."
domingo, outubro 30, 2005
NGC 3982 - Mundos distantes...
quarta-feira, outubro 26, 2005
250 anos do terramoto de 1755
O terramoto teve um enorme impacto na sociedade do Século XVIII, em especial na estrutura política em Portugal e tornou-se o primeiro estudo cientifico do efeito de um terramoto numa área alargada. Os geólogos modernos estimam que o sismo de 1755 atingiu 9 graus na escala Richter.
Antes do terramoto, a 30 de Outubro de 1755 a Gazeta noticiava:
"A Corte continua a sua assistência no Real sítio de Belém, logrando saúde perfeita, e Suas Majestades, e Altezas vêm algumas vezes a esta cidade [de Lisboa], para se divertirem com a representação das óperas".
Após o terramoto:
"O dia 1º do corrente ficará memorável a todos os séculos pelos terramotos e incêndios que arruinaram uma grande parte desta cidade; mas tem havido a felicidade de se acharem na ruína os cofres da fazenda real e da maior parte dos particulares". (Gazeta de Lisboa [GL], n° 45, 1755)
Na semana seguinte, a 13 de Novembro, a Gazeta continuava na mesma linha, escrevendo:
"Entre os horrorosos efeitos do terremoto, que se sentiu nesta cidade no primeiro do corrente, experimentou ruína a grande torre chamada do Tombo, em que se guardava o Arquivo Real do Reino e se anda arrumando; e muitos edifícios tiveram a mesma infelicidade". (GL, n° 46, 1755)
O terramoto de Lisboa, ocorrido à primeira hora da manhã do dia 1 de Novembro de 1755, festividade de Todos os Santos, passou à História como um dos fenómenos mais trágicos, não só pela sua intensidade, o seu grande número de vítimas e destruições, como também porque os seus efeitos foram sentidos em várias partes do mundo.
O facto de a Península Ibérica, juntamente com o Norte de África, foram algumas das zonas mais afectadas pelo sismo, que perturbou especialmente Portugal, originando o próprio terramoto e o incêndio subsequente a destruição de boa parte da sua capital, levou o monarca espanhol,
terça-feira, outubro 25, 2005
Ataques Agridem a Escola Pública
Será que a autora, Ana Benavente, é a mesma que esteve no Governo de António Guterres? Noutro artigo publicado n’ A Página, uns 2 anos atrás, assinou como “professora deputada” (como conciliaria a actividade de deputada com a de professora?), e agora assina como “investigadora. Universidade de Lisboa”.
Se é a mesma personagem, é admirável o texto ser escrito quando é um novo Governo PS, mais directamente o ministério da Educação, a atirar achas para exacerbar os “constantes ataques (…) à escola e a quem dela se ocupa”. Tal como o 1º Governo de Guterres (onde esteve Ana Benavente), este não tem peias em alterar unilateralmente o Estatuto da Carreira Docente em Julho e Agosto – mas, desta vez, armado com a maioria absoluta, a “espada justiceira” contra o défice decorrente dos “excessivos gastos com o funcionalismo público” e, para o que aqui diz respeito, contra “quem dela [escola] se ocupa”. Com a orquestra ministerial a tocar, com o apoio de muitos jornais, do Miguel Sousa Tavares e do Belmiro de Azevedo.
Terá Ana Benavente devolvido o cartão de militante do PS, como fez o colega António José Paixão, que assina, na mesma Página, p. 44, o artigo “PS-uma mão cheia de nada, outra de coisa nenhuma”?
Que diferenças foram estabelecidas nos anos de Governo Guterres? Os “objectivos mínimos” mudaram para “competências essenciais”, eis o sumo final remetido a uma masturbação de palavras. Permanecem escolas pobres, de mesas uniformizadas e iluminação de má qualidade (a ergonomia só é estudada no estágio dos professores), de arquitectura quadrada e homogeneizada. A “escola” dos alunos, com a ausência ou anuência dos pais – basta ler as estatísticas sobre o apoio parental em Portugal – remete-se em demasia ao menino Tonecas, às big nulidades propagandeadas pelas TVs, aos deuses da bola, aos fugazes gadgets que os pais compram (se puderem) para as crianças se sentirem enquadradas e socializadas. Mas estas “interferências” não se encontram na escola da Ana Benavente; nessa escola, os professores “não aturam canalha”. É tudo escola segura.
Falta também educação, mais do que “competências”, para que uma aula não desfaça a paciência do professor, não se torne andar no fio da navalha, com as provocações e desinteresse de alguns alunos, e de outros a bater palmas.
Refere a autora que a “escola (…) precisa de integrar novas linguagens (novas tecnologias)”. E as “velhas tecnologias”, já não têm sumo? Foram vividas e fizeram o seu papel? Ou será que a chegada dos míticos computadores serviu apenas para eliminar os gastos com ferramentas e materiais – papel, madeira, têxtil, barro – correntes (tradicionais) nas disciplinas de Expressões, e também diminuir estas na sua carga horária, número de docentes e importância para o desenvolvimento manual-técnico-artístico? O Teatro também é uma “velha tecnologia”, por oposição a qualquer “playstation” da moda? E, portanto, já não serve e há que a descartar (se é que algumas vez teve presente nas actividades lectivas).
Admirável é referir que “Os sindicatos, suicidários, não viram chegar as mudanças e vivem no passado”. Presumo que já fez o inventário das propostas dos sindicatos (todos) relativamente ao funcionamento escolar, cargas horárias, acções de formação, actas de congressos, publicações, etc., e concluiu que são “suicidários”. Mais um pouco, e estaria a rotular os sindicatos de “corporações de interesses”, e a elogiar a “coragem” de quem tem a faca na mão.
Talvez eu tenha lido mal o artigo, e pretenda este ser genérico, onde os únicos “de quem dela [escola] se ocupa” sejam “os professores e investigadores das ciências da educação”, em que os professores em causas não são aqueles que estão nas escolas básicas – que escrevem actas, discutem questões pedagógicas, fazem propostas, criam clubes, mas também se limitam às suas aulas e criticam em conversas de café – agora atarefados com os novos e desprestigiantes despachos vindos do ministério, mas antes os seus colegas do ensino superior, dedicados às ciências da educação.
Admiro-me também ler esta prosa num jornal que emana dum sindicato, “suicidário” segundo a autora. Porque é que não escreve no “Portugal Socialista” ou no “Jornal de Notícias”?
Franklin Pereira, professor, há 18 anos a aturar a demagogia da 5 de Outubro.
AINDA OS PROFESSORES
Na sua crónica de 7 de Outubro, Miguel Sousa Tavares (MST) repesca um outro artigo seu, de 2001, onde afirmava que "no ensino mandava o Sindicato dos Professores" e "deu [o Governo Guterres} a gestão do ensino aos professores, aos alunos e à JS"; tem piada tais afirmações, pois nunca reparei que houvesse mais que o Estatuto da Carreira Docente, aprovado na A.R. em 1989-90, e problemas semelhantes aos de hoje.
Adiante, escreve MST: "No outro dia, ouvi um representante sindical dos professores anunciar a sua última razão de contestação: querem que as aulas de substituição sejam pagas como trabalho extraordinário. (…) Conhecem alguma empresa privada, no mundo inteiro, onde um trabalhador ouse colocar isto como direito adquirido?".
Esqueceu-se MST que o horário lectivo dum docente está estabelecido deste o início do ano escolar, e qualquer outra aula pontual, como uma de substituição (assim tida pelo D-L 1/98, de 2 Janeiro, art. 10º, nº 2, alínea m), é uma hora extraordinária (mesmo D-L, art. 83º, nº 2) – mesmo que o actual Ministério da Educação (ME) não o queira admitir, preferindo que as reformas embarateçam o ensino.
Diga MST qual a empresa que coloque o trabalho gratuito como "obrigação adquirida".
Além de cumprir as 22 h. lectivas semanais do seu horário, por obrigação do ME tem o docente de estar na escola mais outras 5 h., ficando 8h. para o seu trabalho individual (preparação de aulas, testes, etc), e outras 2 h. reservadas para reuniões. E o que fazer quando as reuniões semanais ultrapassam as 2 h. ? Parece óbvio que são também horas extraordinárias, face à rigidez do actual horário docente. Até final de Agosto deste ano, as reuniões que houvesse – de conselho pedagógico, departamento, grupo disciplinar, conselho de turma, com os encarregados de educação, marcadas, por óbvia conveniência, após o final das aulas da tarde, realizavam-se no horário não-lectivo dos professores, suficientemente elástico para as admitir. Agora, pode um professor trabalhar na escola 5 h. de manhã, outras 4 h. à tarde, e ter uma reunião às 18 h. Diga MST qual a empresa que considera uma função diária de 5+4+2 h. = 11 h. como "obrigação garantida". Óbvio que as 2h/semana para reuniões significa uma subvalorização temporal das mesmas, pretendendo o ME impor um horário rígido – cai muito bem perante a populaça, sempre célere a culpar os professores pela educação -, mas que mantenha a flexibilidade do anterior horário, com os professores sempre dispostos a reuniões pós-aulas. Não legislou o ME sobre o horário pós-laboral dos docentes; isto é, terminando as aulas nas escolas por volta das 18 h., não está o docente livre de encargos pedagógicos? Após as 18 h., não é já o horário pós-laboral, sujeito a horas extraordinárias e passível de ser aceite (ou não) pelo funcionário? Terá o docente espírito e paciência para uma reunião de turma depois de leccionar e trabalhar na escola 9 h.?
Na coluna de Eduardo Prado Coelho (EPC), no Público de 22 Setembro, afirma-se que Maria de Lurdes Rodrigues "É certamente um dos melhores ministros da Educação que jamais tivemos". Ora atente-se num pequeno aspecto da legislação produzida no tempo usual de férias da maioria dos funcionários da educação: "7- A ausência do docente à totalidade ou a parte do tempo útil de uma aula de noventa minutos de duração é, em qualquer dos casos, obrigatoriamente registada como falta a dois tempos lectivos" (Despacho 17387/2005, D.R. de 12 Agosto, pág. 11523). Ou seja, apesar do aluno poder ter duas faltas (uma por cada 45 min. de aula) e do professor ter de marcar duas aulas sumariadas, se este faltar a um tempo lectivo de 45 min., terá de justificar como falta a dois tempos lectivos (a descontar no período de férias). Trocando em miúdos: as aulas começam às 8,30 h. da manhã; passaram os 10 min. de tolerância, o professor chega atrasado um minuto, e os alunos já não estão à porta da sala; terá o docente de justificar o atraso com dois tempos lectivos, podendo só voltar a leccionar às 10,15h. (no caso, corrente, de haver um intervalo de 15 min. após o primeiro bloco de 90 min.). Porventura tal alínea incentiva os professores, ou foi redigida pensando nos alunos, sujeitos a serem substituídos, por outro professor e outra disciplina, durante 90 min? Diga MST qual a empresa em que um funcionário, chegando atrasado 11 min., só pode trabalhar passado 1,30 min.
Outra hipótese: no bloco da tarde (p. ex., das 16 às 17,30 h.), o docente sente-se mal no início do 2º bloco de 45 min. (iniciado às 16,45 h.), e tem de sair da sala; o sumário, escrito no livro de ponto, relativo ao primeiro bloco de 45 min., terá de ser anulado e, apesar de ter leccionado, o docente tem de justificar a falta ao bloco de 90 min. Diga MST qual a empresa em que um funcionário, saindo 45 min. antes do seu horário, tem falta de 90 min.
Já EPC afirma que "Se os sindicatos persistirem em estar sempre na oposição, vão perder cada vez mais a credibilidade junto dos cidadãos e em particular dos professores". Com despachos absurdos como o atrás citado, não são os sindicatos que perdem a credibilidade; como diz MST, deve o primeiro-ministro "romper a direito" contra os "interesses instalados"; as instituições não estão preocupadas com a credibilidade.
Voltando a Daniel Sampaio: "Os alunos estão desinteressados do funcionamento da escola, em parte porque não foram motivados para participar, em parte porque é valorizada uma atitude de culto pelo lazer e desvalorização do esforço".
Acrescento: estão em demasia colonizados pelos futebóis, telenovelas, big nulidades, modinhas – tudo propagandeado por gente adulta, com diplomas, mas vendida ao consumo rápido -, e facilidades diversas que entraram, via ME, no sistema educativo, obrigando-o a descer de qualidade.
Todos os que citei passaram, como eu, pelos liceus do antigamente; esse tempo passou, e a maioria das escolas básicas são pobres, tal como é a sociedade portuguesa no geral, no domínio cívico, cultural, crítico e interventivo.
Pena é não ser possível um estágio de um mês numa escola pública (mesmo fora do programa "Escola Segura") a Daniel Sampaio, MST, EPC e outros treinadores de bancada!
Franklin Pereira (professor), Braga
domingo, outubro 23, 2005
sexta-feira, outubro 21, 2005
Modelos de Ensino dos anos "60" até um futuro próximo...
ENSINO FASCISTA - ANOS 60
Um camponês vendeu um saco de batatas por 100$00. As suas despesas de produção foram iguais a 4/5 do preço de venda. Qual foi o seu lucro?
ENSIN0 DEMOCRÁTICO - ANOS 70
Um camponês vendeu um saco de batatas por 100$00. As suas despesas de produção foram iguais a 4/5 do preço de venda, ou seja, foram de 80$00 e sobraram 20$00. Qual foi o seu lucro?
ENSINO MODERNO - ANOS 80
Um camponês troca um conjunto B de batatas por um conjunto M de moedas. O cardinal do conjunto M é de 100 e cada elemento de M vale 1$00. Desenha o diagrama de Venn do conjunto M com 100 pontos que representam os elementos desse conjunto. O conjunto C dos custos de produção tem menos 20 elementos do que o conjunto M. Representa C como sub-conjunto de M e Escreve a vermelho o cardinal 20 do conjunto L do lucro.
ENSINO RENOVADO - ANOS 90
Um agricultor vendeu um quilo de batatas por 100$00.
Os custos de produção elevam-se a 95$00 e o lucro é de 5$00.
Trabalho a realizar:
Sublinha a palavra “batatas" e discute-a.
ENSINO ACTUALIZADO - ANOS 2000
Um kampunes reçebeu um çubssídio de 50000 euros pra purdusir bué de cacos de batatas o qual vendeo por 50 euros kadaum e gastou nenhums euros dele. Anliza o testo do iserçício, cunverte 1 euro em escudos e em ceguida dis o que pencas desta maneira de henriquesser.
ENSINO DA PRÓXIMA DÉCADA
Um industrial Agricola go to buy 10 Trucks de Tubérculos de Batata no site www.mail.vegeta.come. A cotação do vegetal em bolsa sofre um "Bull" e o industrial obtém um profit de 100 K eurodólars. Define, através de texto formatado em HTML, o plano estratégico de enriquecimento para a produção offshore desses vegetais sem recurso a subsídios On-line.
ENSENANSA DE LA PRÓXIMA GERACIÓN
Un agricultor del Alentejo pretende vender a su producción de batata do año e dirige-se à Subestación agricola de Elvas-Sur-Badajoz, levando cinquenta sacas de patata. Ao llegar perguntam de que província sou las batatas, ao que el agricoltor diz serem del Alentejo. El funcionário pede o certificado de origem e o agricultor diz que non tem. Entonces o funcionário diz que não pode aceitar aquellas patatas, porque só com o certificado de origem passado pelo Ministério da Agricoltura, com sede en Madrid é que as patatas podem ser vendidas.
Pergunta:
En que Banco deve o agricoltor depositar o produto da venda, se a fizer?
Resposta: é no BBVA, no Santander ó en La Caja General de Depositos?
quinta-feira, outubro 20, 2005
Hoje não houve aulas...
Os funcionários da minha Escola fizeram greve. Chovia, "até os cães bebiam de pé". Alguns alunos foram ter comigo - parece que não vai haver aulas, não há funcionários que chegue - diziam, esbaforidos com a novidade.
- Não haverá aulas, que maravilha - comentavam uns e outros - o pior é a chuva... estou todo molhado, se soubesse?! Agora, que se lixe, vou-me embora, não tarda nada...
A ordem de sair chegou mais tarde, a meio da primeira aula. Os autocarros andavam num fanico. Havia muitas escolas na mesma situação, comentava-se. Teríamos de esperar que chegassem.
Eis que chega a notícia. Alguém informa da sua chegada. Todos se precipitam para a entrada. Nova corrida, nova viagem, regresso a casa. Tanta azáfama para nada. Ninguém mostrou interesse em permanecer na Escola. Ninguém se insurgiu contra o facto de não ter acesso a uma das conquistas do 25 de Abril. Andar na Escola. O direito universal à Educação.
Hoje não há Escola. E amanhã? como será?!
Depois, será a vez dos professores... o que mais virá, por aí?!
terça-feira, outubro 18, 2005
Região central da galáxia irregular NGC 1705
Crédito: NASA, Hubble Heritage Team (STScI/AURA).Telescópio: Hubble Space Telescope (NASA/ESA).
"(...)tantas preocupações e problemas num Universo infinito... "- será que haverá alguém, nesses lugares perdidos no tempo, com um "déficit" orçamental de tal natureza que obstrua a própria visão dos seus habitantes?!...
domingo, outubro 16, 2005
Cada vez mais pobres...
http://jn.sapo.pt/2005/10/16/ultimas/Desigualdade_entre_ricos_e_pobre.html
sábado, outubro 15, 2005
Coisas que se dizem em voz baixa...
A primeira, significa tempestade, furacão, ciclone de medidas e contra-medidas, “artigos setenta e nove” mais “estabelecimentos”, despachos para cá e para lá, horários que facilitam uns e arrasam outros, depressões, disfunções nervosas e físicas, nervos à flor da pele. Enfim, um rosário de múltiplas situações que anunciam tempos difíceis para a vida dos docentes, vítimas e bodes expiatórios dos pecados das “elites” governantes.
A segunda, confusão repetida e recorrente. Já não se sabe ao certo que medida ou que determinação estará correcta ou dentro da legalidade. O que ontem era verdade, hoje há dúvidas… talvez seja uma das tais “coisas”, “regalias”, desigualdades a que nos tinham habituado, ao que parece, levados ao “engano”. Afinal, as tais asneiras cometidas no passado, traduziram-se, de facto, em irremediáveis erros históricos. Os professores deveriam ter sido tratados como meros funcionários ou empregados fabris. A produção é a peça fundamental desta economia dita “social” e “humana”. Que me perdoem os operários, não pretendi menosprezar a sua actividade. Nem todos podemos fabricar o mesmo tipo de coisas, nem tão pouco, executar o mesmo tipo de actividades.
A terceira, uma questão de existência. Se não há alunos, a função docente desaparece...
Como pode existir uma coisa sem a outra?
Vejamos, então, a realidade. Uma escola da periferia de uma cidade de média dimensão, onde os alunos possuem, apenas, duas tardes livres, no seu horário semanal. Com as substituições, deixam de ter furos. Até aqui, tudo bem. Todo o currículo é ocupado com as aulas normais e com aulas de substituição ou "entretenimento", na falta do docente. Os alunos só poderão "respirar", nas tais, duas tardes, destinadas, em grande parte, às actividades lúdicas, desportivas ou culturais que, por opção, poderão usufruir na sua localidade. ( conjunto de actividades que poderão constituir o universo da oferta autárquica, muito badalada nos programas dos candidatos, nas últimas eleições, ou até mesmo outras de carácter privado). Assim sendo, a Escola, em concorrência directa com a oferta autárquica ou privada, vê-se confrontada com uma série de dificuldades. Na hipótese dos alunos ficarem na Escola, para frequentarem actividades extracurriculares ou de enriquecimento, dificilmente teriam transportes, em horas diferentes, dada a diversidade da oferta, tendo em conta a aplicação das horas disponíveis nos horários dos docentes, que articulariam esses tempos em função do cumprimento, escrupuloso, dos despachos. A tudo isto, acrescenta-se, ainda, a necessidade de um maior número de almoços na Escola, por parte desses alunos.
Desta maneira, os professores com horas de "artigo setenta e nove", "estabelecimento", "despacho", "componente lectiva e não lectiva", dificilmente terão alunos para acompanhamento, fora dos horários estabelecidos. Para que tal aconteça, é necessária a presença dos alunos na Escola, o que não tem acontecido. Será que os alunos fazem, sistematicamente, greve?
Ora, um professor com tanta disponibilidade, não tem o motivo lhe garante a existência como tal. Não tem alunos disponíveis, embora tenha horas pré-destinadas às actividades extracurriculares.
Custa-me admitir que, tais políticas populistas e serôdias, embarquem em aventuras demagógicas, destruindo tudo à sua volta, num corropio onde vale tudo, ultrapassando-se, ora pela esquerda, ora pela direita, um dos mais altos valores da sociedade. A educação dos futuros cidadãos deste país. Desta forma, não haverá paz, tranquilidade e Escola que aguente. É necessário parar, repensar e agir, enquanto é tempo.
Pormenor da nebulosa do Caranguejo (M1)
"No ano de 1054, astrónomos chineses notaram o aparecimento de uma nova estrela no céu, tão brilhante que foi visível até durante o dia durante várias semanas. Hoje, a nebulosa do Caranguejo é visível no local onde essa estrela foi vista.(...)"
sexta-feira, outubro 14, 2005
quarta-feira, outubro 12, 2005
NGC 6745 - Colisão de galáxias
Crédito: NASA & The Hubble Heritage Team (STScI/AURA).
Telescópio: Telescópio Espacial Hubble (HST).
http://www.portaldoastronomo.org/npod.php
terça-feira, outubro 11, 2005
A vingança tem penas...
in, JN, Terça-feira, 11 de Outubro de 2005
segunda-feira, outubro 10, 2005
A tempestade «Vince»
A tempestade «Vince» está a deslocar-se no Oceano Atlântico para leste-nordeste a cerca de 20 quilómetros por hora.
Entretanto, a Protecção Civil (SNBPC) aconselhou as pessoas a fechar as janelas e as portas e a terem cuidados redobrados nas estradas por causa da possível formação de lençóis de água devido às fortes chuvas e rajadas de vento previstas para terça-feira.
Afinal... "Vince" perde força mas mantém-se previsão de mau tempo.
Nebulosa Planetária do Olho de Gato
Verdade disfarçada...
Um dia, a Verdade decidiu visitar os homens, sem roupas e sem adornos, tão nua como seu próprio nome. E todos que a viam lhe viravam as costas de vergonha ou de medo, e ninguém lhe dava as boas-vindas. Assim, a Verdade percorria os confins da Terra, criticada, rejeitada e desprezada.
Uma tarde, muito desconsolada e triste, encontrou a Parábola, que passeava alegremente, trajando um belo vestido, muito elegante.
— Verdade, por que estás tão abatida? — perguntou a Parábola.
— Porque devo ser muito feia e antipática, já que os homens me evitam tanto! — respondeu a amargurada Parábola.
— Que disparate! — sorriu a Parábola. — Não é por isso que os homens te evitam. Tome! Vista algumas das minhas roupas e veja o que acontece.
Então, a Verdade pôs algumas das lindas vestes da Parábola, e, de repente, por toda parte onde passava era bem-vinda e festejada.
Os seres humanos não gostam de encarar a Verdade sem adornos. Eles preferem-na, disfarçada…
PARÁBOLA: do Lat. parabola <> Gr. parabolé, comparação
s. f., alegoria que encerra doutrina moral;Geom., curva plana cujos pontos distam igualmente de um ponto fixo (foco) e de uma recta fixa (directriz), ambos situados no plano da curva;
Trás-os-Montes, dobadoira dobrada, isto é, com duas ordens de travessas cruzadas.
domingo, outubro 09, 2005
sábado, outubro 08, 2005
Reflexões...
Então, na última semana, diariamente, eram difundidos, incansáveis e repetidos apelos. Enumeravam-se listas e listas de obras realizadas e outras que tais…, em promessas, escrupulosamente, garantidas.
Do outro lado, outros sons gritavam avisos às consciências dos fregueses, avisando-os das traições, da falta de carácter e da honra dos seus opositores. Nunca assisti a tanta e desenfreada competição pela Assembleia da minha freguesia. Tanta luta, confusões, confrontações, impropérios e “atrapalhamentações", por uma "coisa" tão simples e primária.
Afinal, “a coisa”, só serve para dar trabalho, preocupações e chatices.
Será que haverá algo mais, que não consigo descortinar, para além do horizonte desta "coisa" toda?
Ouve-se de tudo... - tráfico de influências, compadrios, cunhas, favores, novas economias… Sobe-se na vida à custa de quaisquer meios, aos ombros dos que, pelo fio, elegeram os mandantes no poleiro da autarquia.
Afinal, a política é, para muitos cidadãos, uma forma de vida, um emprego, um objectivo, de quem, por incompetência ou falta de integridade, encontra o espaço onde flutuar e onde obter aquilo que, pelo seu esforço, dedicação, decência e iniciativa pessoal, nunca teria alcançado.
Pois então, mais uma vez, fui encontrar nos comunicados finais das candidaturas, comunicados/surpresa, todas as suposições e pensamentos que imaginara.
Servir a República deverá ser uma honra, uma distinção social. O prestígio da República passa obrigatoriamente, pelo prestígio dos seus cidadãos e pelo prestígio de quem a serve.
sexta-feira, outubro 07, 2005
ÓDIOS E RANCORES
Assume como regra absoluta e fundamental nunca falar inconsideradamente seja de quem for - nem bem nem mal -, e nunca revelar as acções de alguém, por boas e más que sejam. Efectivamente, é sempre possível que um amigo daquele a quem tu criticas esteja presente e se apresse a repetir o que dizes, mas com exagero, arranjando-te mais um inimigo. Em contrapartida, se fizeres elogios de uma pessoa na presença de outra, que a odeia, é a inimizade desta que irás criar. É bem verdade que importa saber tudo, tudo ouvir, ter espiões em toda a parte, mas é bom que te informes com prudência, pois as pessoas depressa te ganharão ódio, se se sentirem vigiadas. Espia-as, pois, sem te fazeres notado. Evita manifestar aquilo a que se pode chamar excesso de altivez. Quando, por exemplo, afirmas que não contas com os préstimos de ninguém ou que tens tropas que cheguem, haverá quem veja nisso apenas desprezo. Nunca te arrogues de praticar uma política melhor do que a dos teus antecessores, nem de anunciar que as tuas leis são ao mesmo tempo mais rigorosas e mais equitativas, pois atraiarias a animosidade dos seus amigos. Ainda que sejam perfeitamente justificados, nada reveles dos teus projectos políticos, ou pelo menos não fales senão dos que estás certo de que serão bem recebidos por todos. "
quarta-feira, outubro 05, 2005
Do 5 de Outubro de 1143 ao 5 de Outubro de 1910
A nossa História tem algumas coincidências e curiosidades interessantes.
Imaginava lá Afonso Henriques, em Zamora, nesse dia 5 de Outubro de 1143, que estava a criar um reino que iria acabar como tal, na mesma data, só que 767 anos depois, em 1910.
Se adivinhasse que o seu querido reino iria transformar-se numa república, Afonso teria, certamente, formado um novo partido político e teria convocado eleições. Seria o primeiro político português a usar espada e a cavalgar pelo país, desdobrando-se em comícios e festas, arraiais e muito mais. Nas esferográficas, bonés, aventais, bandeiras e cartazes, lia-se, em letras garrafais: " Com Afonso a Presidente, não há mouro que aguente"... "Afonso só há um, o Henriques e mais nenhum"...
Assim sendo, mais uma vez, lá dizia o saudoso jornalista: - E esta?... hem?..."
1910, republicanos na rotunda...