quinta-feira, abril 27, 2006

A Madrugada que trouxe a luz...



Era uma vez, Abril…
Uma madrugada fresca e clara,
Fugidia da treva, da noite cerrada.
No peito do soldado batia forte o coração,
Da noite fugia e o dia clareava... era forte a emoção.
O conjunto que fazia aquela estrada resplandecia
Da vontade e do ardor e dali, ninguém fugia.
Era o tempo da mudança,
De reforçar a esperança,
De ver clarear o dia.
De voltar p’ra casa
De abraçar a mãe, o pai, os irmão e a noiva.
De sorrir… e, por fim,
Respirar fundo e dizer de peito aberto,
Acabou o medo, os ventos da liberdade varrem a serra…
Em breve, acabará a GUERRA…

quinta-feira, abril 20, 2006

Recordações de uma madrugada gloriosa...


Saímos de Sta. Margarida pelas 02:00h da manhã do dia 25 de Abril, por uma picada estreita, até à nacional, em direcção à Golegã. Aí, encontrámo-nos com uma força pitoresca de engenharia de Tancos.
Eram muitos carros, aparatosamente armados, com um condutor e um praça. O aparato bélico era arrasador. Tenho a certeza que nada funcionaria, caso fosse necessário. O aspecto era fundamental para impressionar os paisanos. Seguimos em direcção a Almeirim e, depois, até à ponte de Vila Franca de Xira. Era o nosso primeiro objectivo. Segurar e defender a Ponte até que fossem recebidas ordens para abandonar o local.
No caminho para Almeirim, adiantei-me da cabeça da coluna. Tinha recebido informações do Tenente Pessoa que a GNR poderia tentar interceptar-nos à entrada da vila. A minha Berlliet deu uma volta, pelo largo da Tourada e nada vimos. Apenas, num virar de esquina, apercebi-me de um verdelhão que sprintava forte na sua pasteleira. Rimo-nos do espectáculo com receio de espantarmos mais o homem que, de certo, o medo lhe chamuscava as coadas das calças de caqui poído. Era a imagem de um Estado Novo a cair de podre. Mais animados, juntámo-nos à cabeça da coluna que tinha feito alto, esperando pelo nosso regresso.
Quando ocupámos a Ponte, apeteceu-nos experimentar um primeiro gesto de liberdade. Retirar os funcionários das cabines e instituir a livre circulação de veículos nos dois sentidos. Os camionistas que, entretanto, atravessavam a Ponte Carmona, não se continham em agradecimentos e aclamações, atónitos com a nossa presença e com as primeiras notícias e comunicados.
A partir daí, nunca mais ninguém pagou portagem. A Ponte ficou livre para todos e para sempre.
Foi o primeiro contributo da Companhia de Caçadores 4246 para a construção do Portugal democrático. Que saudades...
Um forte abraço a todos os elementos dessa Companhia de heróis anónimos. Foi há 32...

quarta-feira, abril 05, 2006

Abertura do Media Market na Polónia





E pensava eu que os polacos não eram como nós...
A zona de Lamaçães, quando da abertura da grande superfície de electrodomésticos, em Braga, esteve entupida durante horas...
Não houve cenas polacas, mas bracarenses. Não houve destruição ostrogoda, nem vandalismos como a leste. A febre do consumismo, nos países de leste, é cada vez mais forte. Renderam-se ao capitalismo ocidental...
Só faltam os carros chineses... eléctricos ou a H2O, para a coisa estoirar de vez.
Os iranianos que se deixem de bombas atómicas e se virem para os LCDs, MP3, DVDs, GPSs, Tunings, COCA-COLA com bagaço ou pirolitos de limonada ( por causo do corão). A globalização é assim...tudo ao monte e fé em Deus.