quarta-feira, outubro 26, 2005

250 anos do terramoto de 1755

A palavra "Gazeta" tem sido utilizada para denominar as publicações periódicas que apresentam notícias políticas, literárias, científicas, artísticas e religiosas e que começaram a proliferar na Europa a partir do século XVI. O Terramoto de 1755 (em Portugal) ou Terremoto de 1755 (no Brasil), como ficou conhecido, aconteceu no dia 1 de Novembro de 1755 às 9h20m da manhã, resultando na quase destruição da cidade de Lisboa e de grande parte do litoral do Algarve. O sismo foi seguido de um tsunami que se crê terá atingido a altura de 20 metros e múltiplos incêndios, tendo feito mais de 100 mil vítimas mortais. Foi um dos mais mortíferos terramotos da história.

O terramoto teve um enorme impacto na sociedade do Século XVIII, em especial na estrutura política em Portugal e tornou-se o primeiro estudo cientifico do efeito de um terramoto numa área alargada. Os geólogos modernos estimam que o sismo de 1755 atingiu 9 graus na escala Richter.

Antes do terramoto, a 30 de Outubro de 1755 a Gazeta noticiava:
"A Corte continua a sua assistência no Real sítio de Belém, logrando saúde perfeita, e Suas Majestades, e Altezas vêm algumas vezes a esta cidade [de Lisboa], para se divertirem com a representação das óperas".

Após o terramoto:
"O dia 1º do corrente ficará memorável a todos os séculos pelos terramotos e incêndios que arruinaram uma grande parte desta cidade; mas tem havido a felicidade de se acharem na ruína os cofres da fazenda real e da maior parte dos particulares". (Gazeta de Lisboa [GL], n° 45, 1755)

Na semana seguinte, a 13 de Novembro, a Gazeta continuava na mesma linha, escrevendo:
"Entre os horrorosos efeitos do terremoto, que se sentiu nesta cidade no primeiro do corrente, experimentou ruína a grande torre chamada do Tombo, em que se guardava o Arquivo Real do Reino e se anda arrumando; e muitos edifícios tiveram a mesma infelicidade". (GL, n° 46, 1755)
A Recuperação da Memória Perdida.
A Incidência do Terramoto de Lisboa no Património Cultural da Província de Ourense (Galiza, Espanha).
Begoña Fernández Rodriguez, Universidade de Santiago de Compostela

O terramoto de Lisboa, ocorrido à primeira hora da manhã do dia 1 de Novembro de 1755, festividade de Todos os Santos, passou à História como um dos fenómenos mais trágicos, não só pela sua intensidade, o seu grande número de vítimas e destruições, como também porque os seus efeitos foram sentidos em várias partes do mundo.
O facto de a Península Ibérica, juntamente com o Norte de África, foram algumas das zonas mais afectadas pelo sismo, que perturbou especialmente Portugal, originando o próprio terramoto e o incêndio subsequente a destruição de boa parte da sua capital, levou o monarca espanhol,
D. Fernando VI, casado com uma princesa portuguesa, D. Maria Bárbara de Bragança, ao ordenar ao Governador do Supremo conselho Geral de Castela, a realização de um inquerimento sobre os danos sofridos nos povoados e outros lugares do Reino como consequência do mesmo.

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