Vejamos então, como anda a Nação...
Quando tocam as trombetas e o medo anda no ar,
Vai-se tudo endireitar, reformar, racionalizar, legitimar,
Modernizar, (eu sei lá que mais...)
Contra tudo e contra todos, a força da lei vai ditar!
E a lei vai amarrar, amedrontar, arrepiar, desmotivar, angustiar...
É tudo feito a preceito, não tem nada que enganar!
Tudo ficará perfeito. Tudo irá endireitar.
A lei é silenciosa,
Solta as raivas e rancores,
Uma coisa preciosa...
Para servir os Doutores...
Na Saúde, (estamos todos doentes) na Justiça e Educação,
Obras primas quem as tem, lá prós lados de Belém, foi montada a armação,
Os amigos, dão-se bem!
E, contestar?!
É um crime!...
Contra o regime!...
Contra o Estado!...
Quem não é?!...
Anda trocado.
É subversivo, abusivo,
Anda mal habituado.
Não tem futuro, à procura de um furo,
É um ser ultrapassado.
Não domina as boas práticas.
Oportunista, ganancioso,
Preguiçoso e instalado,
Retardado e malcriado.
Contra o muro é impotente,
Incontinente, atrasado.
É a imagem no presente
Do homem de antigamente,
Homem honesto e honrado,
Que pobre, andava contente
E nos bolsos tinha um cravo, cansado de ser escravo...
Numa manhã primaveril
Que a memória retém,
Sentiu-se um dia, diferente,
Pensava que era alguém...
Mas, o sonho que sonhava!...
O voto, não deu em nada
E a tristeza lá vem...
Vai ser a minha namorada!...