domingo, junho 04, 2006

Traumas de infância...no que dão...



Não se consegue entender as causas da perseguição movida aos professores pela Sra. Ministra, com a cumplicidade de todo o governo da república.
Amesquinhar os docentes deste país com medidas populistas, insólitas e demagógicas, dignas dos mais serôdios intérpretes da politiquice barata, preocupados em vilipendiar a escola pública, descaracterizando-a, fragilizando-a diariamente, despacho após despacho, despachando-a para a sargeta da sociedade, é assunto a ser tratado no leito do psicanalista. Há trauma por aí. Algumas das cabeças que nos dirigem estão com graves disfunções e problemas que só poderão resolver com a intervenção dos especialistas na matéria.
Então, vejamos:
Com a possibilidade aberta aos pais para avaliarem os docentes, abre-se a caixa de Pandora.
Os doentes poderão avaliar os médicos e os clínicos, os automobilistas os elementos da Brigada de Trânsito, os condenados os Juízes, e por aí, adiante... legalizam-se os treinadores de bancada e o país vira, de repente, numa enorme confusão, numa anarquia institucionalizada, caracterizada numa república do tipo"sur-americana". Portugal muda desta forma para Portusil, Portulândia, ou Portupolis, sem bananas e com cheiro a maresia, misturada com esgotos e muitas embalagens de plástico à mistura. O esterco anda no ar, na terra e no mar. Deu à costa uma maré que contamina tudo e todos. É urgente a limpeza desta terriola à beira mar prostada. Os ventos alisados deixaram-se de sentir. As velas, há muito rasgadas, deram lugar às motas de água e aos cadilaques vistosos, adquiridos em suaves prestações mensais. Um país em prestações, de dívida em dívida até à poeira dos bolsos. E depois? Quem virá resgatar o futuro perdido?
Um horizonte de névoa escura e triste vai -se fazendo sentir a cada passo que damos...
Meus senhores, tratem-se enquanto há tempo. Sem autoridade intelectual não há sistema que resista. Destruir a autoridade dos docentes é iniciar o caminho das trevas. Os pais, há muito que se demitiram de o fazer. São o reflexo da tal república da Portulândia. O paraíso perdido...