sexta-feira, janeiro 06, 2006

Eleições? Mas, não p'rós mesmos...


Tenho assistido, ultimamente, a fenómenos estranhos, quer pela TV, quer pelos jornais e outras coisas que tais, que confirmam aquilo que, afinal, toda a gente pensa com os seus botões:
- Os culpados da crise são os dois maiores partidos políticos que se têm lambuzado, há mais de trinta anos, nas cadeiras do poder.
Quem o diz são os dois principais candidatos à presidência da república que, ao fugirem a sete pés, como o diabo da cruz, da colagem partidária a que pertencem, numa tentativa desesperada de lavagem das mãos, qual Pôncio Pilatos, não se querem identificar com os tais com quem partilharam o poder. O PSD e o sem D deveriam, por conseguinte, responder pelos disparates e erros, na barra dos tribunais, em certas circunstâncias, prestando contas dos negócios que fizeram, dos milhões que delapidaram, das empresas que geriram, dos gestores que enriqueceram, das falências e das fraudes, das facturas falsas e dos impostos que nunca entraram nos cofres públicos. As privatizações às pressas, os encaixes fabulosos de negócios esquisitos e secretos. A promiscuidade que existiu e continua a existir entre os sectores governamentais e privados. Os negócios são um segredo mas, em política, meus senhores, o segredo não é a alma do negócio.
A césar não basta ser sério, tem que parecê-lo, também...
Veja-se, a dança das cadeiras dos gestores das empresas públicas e dos cargos do governo.
Entra um ex-ministro p'rá empresa,
Sai um gestor p'ró governo.
E a dança continua.
O que "mexia", volta a mexer, aqui e ali, parece uma mola.
Por mim, iam todos p'rá rua...
E o moura lá na iberdrola...
Zépovinho, qual é a tua?
Andas distraído com a bola.
Apetece-me gritar, mais uma vez, em voz alta:
- Venha a 3ª república, desta já está farta, a malta...

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