segunda-feira, novembro 07, 2005

Simplesmente, imagens...


As políticas de imigração e integração social, diria mais, as tentativas de aculturação das minorias étnicas e religiosas de um modo cego e autoritário, só poderá dar, no médio prazo, barraca da grossa. É um falhanço previsível.
Acreditar que certos grupos étnicos e religiosos com uma forte convicção cultural possam, rapidamente, adquirir hábitos resultantes de uma socialização do tipo ocidental, materialista, capitalista e globalizante, pondo de parte as suas crenças, filosofias de vida, enraizadas desde há séculos no seu consciente, só por milagre ou acaso poderão resultar.
A França é um exemplo vivo do internacionalismo liberal. Desde a revolução de 1789 que aceita nas suas fileiras todo o tipo de indivíduos, numa cruzada pela liberdade, igualdade e fraternidade. Apregoou, durante décadas, a posse do mais genuíno e garantido liberalismo. A sede e o farol que orientavam os destinos políticos da Europa e do Mundo. Os povos que viviam na opressão e na miséria viam na França a resolução dos seus problemas. Acreditaram nos seus princípios. Mas, as gerações que se lhes seguiram, não sentindo esse passado, ofuscadas pela ilusão do presente e movidas por novos argumentos, entre outros, o cenário do 11 de Setembro, explodiram por simpatia, dando início a uma nova realidade social. O fogo e a guerra contra um inimigo ideológico e virtual que ninguém vê e todos sentem. A contestação, rapidamente, deu lugar à revolta, aos incêndios e às primeiras vítimas.
Depois, entra-se numa escalada com imprevisíveis consequências. Não se sabe ainda ao certo, como será estancada a revolta ou se o estado de direito conseguirá travar a rebelião. Tudo agora está na mão das famílias dos jovens, nos adultos, nas pessoas mais calmas que possam ter mão na juventude enraivecida.
Os políticos tiveram a primeira lição. Pensar antes de agir. Alargar os cordões à bolsa e criar estruturas educacionais mais próximas desses jovens. Abrir as políticas a outras iniciativas culturais e sociais.
Tirem as conclusões que quiserem.
A força só conduz a uma força cada vez maior.
A guerra é o conjunto dessas forças.

1 comentário:

Anónimo disse...

O farol de igualdade apagou-se.
Outros ideais se levantaram e os iluminados de hoje são os detentores do capital.
La republique sera toujours la mqchine de la nouvelle revolution.
(hp)