sexta-feira, novembro 25, 2005

Há trinta anos!...

Há 30 anos, Portugal entrava no clube das democracias ocidentais. Bateram-se palmas...

A burguesia ganhara a corrida ao proletariado despolitizado, inseguro, mal doutrinado e dividido entre as elites revolucionárias que lutavam pelo poder e pelo control do M.F.A. e do Conselho da Revolução. Da forma como tudo aconteceu, já se antevia o resultado. Se houvesse a possibilidade real de se avançar para um estádio mais avançado da sociedade, certamente que se tinham gisado cenários paradoxalmente passíveis de grandes convulções sociais. Paradoxalmente, é igual ao impossível. A sociedade ainda não estava pronta e madura para ultrapassar os traumas do passado. Agarrou-se aos escolhos que flutuavam nas águas turbulentas dessa enseada da palha do Tejo.

Quando acordou, sentiu um arrepio, uma mágoa na alma, de saudade, um acenar ao longe, entre bancos e cartões de crédito, avenidas de portagens, pontes sem retorno, divórcios imaginados e traições sem fim... dali, avistava-se a nebelina do caos e do apocalipse final.
Onde estava, o que fizera? Onde ficava o mar azul no negro horizonte do futuro?!...

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