Já não é novidade ouvir-se dizer:
- Os políticos, são todos iguais! Mas, a realidade revela-se uma enorme embrulhada. Cada vez é mais difícil acreditar nos "políticos". As falsas promessas, as traições, os apitos coloridos, as fugas à justiça, o regresso dos heróis, veja-se o recente caso de Fátima Felgueiras, apoteoticamente recebida, com pompa e circunstância, fazem a descrença e a apatia dos portugueses. Resta perguntar:- Haverá alguns justos entre as gentes de Sodoma e Gomorra? Se me apontares alguém?! Se me convenceres que há esperança em acreditar, talvez eu volte e me sente na esplanada do café, a ler o jornal, descansado, suspirando, na tranquilidade do cumprimento da lei e da ordem. A lei é igual para todos seja qual for a sua origem ou condição, já lá estava escrito, em 1820. Mas, quem vai preso? O desgraçado que não tem quaisquer meios para recorrer.
- É a sina de quem não nasceu com o “coiso” prá lua - ouviu-se da mesa do canto, uma voz entremeada pelo peso da idade e das resmas de cigarros. O homem ergueu os braços ao céu e num olhar vago sussurrou, quase entre dentes:
- É a vida dos pobres, dos trabalhadores, é o nosso destino! Resignamo-nos. -Talvez houvesse ali um rastilho de conversa e discussão. Virei a página do jornal, olhei para a direita e li: " Fátima Felgueiras já dormiu em a sua casa"... É um espanto, esta República!...
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