quinta-feira, dezembro 29, 2005

As coisas que a História nos diz...

No passado já era assim...


"Os cruzados de além-Pireneus distinguiam-se dos da Península Ibérica especialmente pelo ardor anti-semita. Por exemplo, quando da tomada de Lisboa em 1147, o rei de Portugal Afonso I teve que conter os ímpetos da turba, pois “os colonenses e flamengos, vendo na cidade tantos excitativos de cobiça, não observam respeito algum ao juramento e fidelidade; correm aqui e ali; fazem presa; arrombam portas; esquadrinham os interiores de cada casa; afugentam os habitantes, afrontando-os com injúrias contra o direito divino e humano; estragam vasos e vestidos; procedem injuriosamente para com as donzelas; igualam o lícito ao ilícito; e às ocultas surripiam tudo que devia ser dividido por todos. Contra o direito e o lícito matam até o bispo da cidade, já muito idoso, cortando-lhe o pescoço.”
Conquista de Lisboa aos Mouros em 1147 - Carta de um cruzado Inglês. Lisboa: Livros Horizonte, 1989, p. 77.
Nem me atrevo a comentar... qualquer semelhança com o presente é pura ficção...

quarta-feira, dezembro 21, 2005

Boas Festas em todas as cores...

Murillo



HISTóRIA ANTIGA


Era uma vez, lá na Judeia, um rei.

Feio bicho, de resto:

Uma cara de burro sem cabresto

E duas grandes tranças.

A gente olhava, reparava, e via

Que naquela figura não havia

Olhos de quem gosta de crianças.

E, na verdade, assim acontecia.

Porque um dia, o malvado,

Só por ter o poder de quem é rei

Por não ter coração,

Sem mais nem menos,

Mandou matar quantos eram pequenos

Nas cidades e aldeias da Nação.

Mas, por acaso ou milagre, aconteceu

Que, num burrinho pela areia fora, fugiu

Daquelas mãos de sangue um pequenito

Que o vivo sol da vida acarinhou;

E bastou esse palmo de sonho

Para encher este mundo de alegria;

Para crescer, ser Deus;

E meter no inferno o tal das tranças,

Só porque ele não gostava de crianças.

Miguel Torga, Antologia Poética, Coimbra, Ed. do Autor, 1981

Desejo a todos um feliz Natal e um próspero Ano Novo
... apesar do sofrimento e da dor que grande parte da humanidade padece neste preciso momento.

segunda-feira, dezembro 19, 2005


A propósito de uma obra ao pé de minha casa...


Virá o tempo das cerejas maduras, doces e roliças, estaladiças ... e, uma após outra, numa repetida monotonia, entenderás o sabor da fruta madura, do calor da aguardente de ginga, rosada e leve como o soletrar compassado do teu nome. Ce...re...ja...gin...ja...

domingo, dezembro 18, 2005

Carta a um professor só

(Resposta ao artigo “Sou um professor só”, de Daniel Sampaio, na “XIS” de 2 de Dezembro de 2005)

Colega: O que mais me admirou na tua carta foi dizeres que fizeste greve “apenas para não dar nas vistas”…ora porventura não és responsável pelos teus actos e receias dar nas vistas, isto é, receias críticas dos colegas grevistas? Será que te preocupas em não dar nas vistas com o que vestes, na ida à igreja ao domingo, ou na ida ao jogo da bola?
É verdade que a confusão é grande; por vezes, é necessário “tirar a senha” (se a houvesse…) para aceder ao único computador da sala dos professores, ou ao único disponível na salinha dos directores de turma; ou há que procurar um local sossegado para evitar os ruídos e trabalhar em sossego, agora que a tutela nos obriga a estar mais horas na escola. Algum colega transporta o seu PC para a escola, procura 1m2 de espaço e descanso para tratar dos diversos aspectos da actividade de professor (como escrever esta carta, p. ex., que faço na salinha dos jovens estagiários – desde este ano eles trabalham à borla, como sabes – que esta manhã não estão cá)? Conheces alguma escola em que o Conselho Executivo tenha ponderado as capacidades de acolhimento de tantos professores coincidentes sem aulas numa sala colectiva e, face à incapacidade em oferecer espaços mínimos aceitáveis, tenha recusado cumprir o que manda a tutela? Eu não. Haverá quem acredite na “história da Carochinha” escrita entre a FNE e o ministério – aquela história dos kits informáticos e dos gabinetes de docentes – redigida 2 dias antes da greve de 18 de Novembro?
A tua carta exala um odor a missão; alguém te pede para seres missionário, estares obcecado por estar com alunos? Ontem, deveria eu substituir um colega numa turma do 5º ano, mas os 25 miúdos não apareceram, antes estiveram no degradado (e desactivado) campo de jogos da escola. Semanas atrás, também substituí um professor do 5º ano; tive a chance em ter a minha sala de EV livre, e motivei os alunos para elaborar o nome nalgum estilo de “grafitti” (tema que trato nas minhas aulas durante um mês); fui bem sucedido, e a turma desejou que o professor faltoso permanecesse assim para a semana, só que isso não voltou a suceder. Poderia acontecer não ter a minha sala disponível, e o caso seria diferente. Alguém cativa uma turma do ensino básico com o quadro negro à frente? E se a substituição calha perto da hora do almoço ou em final da tarde, a turma não responde da mesma maneira.
Ouve-se que um dia daremos aulas pontuais no primeiro ciclo. Essas escolas não são bem aqui ao lado… Ou achas que, sendo bom samaritano e pau para toda a obra, tratarás do teu transporte e regresso à escola-base? Repeti este ano um projecto de dois clubes itinerantes – tomo a liberdade em to enviar em anexo -, indo eu às várias escolas do agrupamento pelos meus próprios meios, sem cobrar nada a ninguém. O ano passado, nenhuma escola me requisitou; este ano, já as aulas tinham começado, e a tutela, no conforto dos gabinetes aí na capital, emitiu um despacho, não sendo admissível haver interrupção de actividades lectivas. O Conselho Pedagógico (onde tenho assento) considerou que a minha eventual ida às escolas seria uma interrupção, logo eliminando o projecto. No ano anterior, estava em vigor tal plano, mas nenhuma escola requereu os meus préstimos. Dá que pensar!
“As coisas precisam de ser mais bem explicadas”, dizes. Pelos “grandes dirigentes e educadores” do ministério, claro! Não achas que temos as costas largas para os problemas da educação? Alguém aproveita para nos chamar ociosos e pouco produtivos, o que cai quase sempre bem na opinião pública, desejando os pais verem-se livres dos filhos entre o pequeno-almoço e o jantar. Explicaram-te porque é que a subida nas carreiras está bloqueada, e porque é que o tempo de serviço entre Setembro 2005 a Janeiro 2007 é inútil para a contagem? Claro, o país está falido, mas a desculpa é a revisão da carreira – a palavra “mérito” soa muito bem, mas depende da turma e da escola: um mesmo professor tem problemas acrescidos se encontra alunos irresponsáveis e instáveis, numa escola de zona crítica. E quem avalia, o Conselho Executivo? É grande o perigo dos amigos e não amigos, vulgo compadrio.
Escreveu a ministra no “Público” do dia 16 (salvo erro) de Novembro que 45% dos professores ganham entre 2000 e 2800 € mensais…Esqueceu-se de dizer que é “ilíquidos”, o que dá, no escalão do topo, quase 2000 €, para a minoria aí posicionada. E o que dizer da divulgação pública do relatório de faltas dos docentes, divulgação essa no dia 18 de Novembro, dia da greve dos docentes? Estão aí consideradas as centenas de horas não leccionadas devido à grande desordem na colocação dos docentes em Setembro de 2004, desordem essa da única responsabilidade do Ministério; considera-se, ainda, as faltas por parto, atendimento aos filhos – como sabes, temos uns 70% de mulheres como colegas -, os 8 dias/ano para atender congressos e palestras (de outros, que as nossas não podem ser assim justificadas!). Como os números têm um entendimento subjectivo! Mas tal relatório, caído nesse dia 18, não passa de “terrorismo” de baixa qualidade, ainda por cima encabeçado por Valter Lemos, o tal que perdeu o cargo numa câmara municipal por faltas injustificadas…
Deixa-me recordar-te o Despacho 17386, Cap. 2º, ponto 7 (podes lê-lo no DR 155, de 12 de Agosto, pág. 11523): “A ausência do docente à totalidade ou a parte do tempo útil de uma aula de 90 minutos de duração é, em qualquer dos casos, obrigatoriamente registada como falta a 2 tempos lectivos”. Ora se escrevemos dois sumários, numeramos duas aulas, o aluno pode ter duas faltas, mas uma falta – ou um simples chegar atrasado – pelo professor significa “queimar” 2 tempos. Não te soa a prosa de alguém mauzinho? Não é a bem dos alunos, já que o professor pode estar na escola, mas não pode leccionar e tem de ser substituído.
E lembras-te da entrevista da ministra à TV, aquando da greve aos exames, em Junho último, que disse ir haver processos disciplinares aos faltosos? Ainda estou à espera…mas soou muito mal, para não dizer pior.
Posso orgulhar-me duma turma lamentar ter feriado comigo no dia 1 de Novembro, e de receber alguns voluntários – que não são meus alunos – em aulas de final do dia. É verdade que a minha aula proporciona – faço por isso – uma diversificada amostra em torno do papel e pintura. O aspecto de atelier é maior nestes dias de preparação do cenário da festa de Natal: há que gerir os alunos que desenham a matriz das estrelas, aqueles que as cortam, aqueles que marcam as mãos de tinta nas folhas de papel cenário, os que marcam a sola dos sapatos, os que lambuzam de terra e cola a “árvore” de esferovite, os que recortam as centenas de fotos de todos os alunos da escola que vão ser as folhas da árvore,… No 9º ano, passei da perspectiva exacta de objectos para desenhos de cariz surrealista ou de decoração de interiores, com agradável sucesso. Ando numa lufa-lufa na sala, pois grande parte dos alunos trabalha com interesse. Não há dias em que uma hora é mais que isso? Pelas boas razões, e pelas más: sim, há alunos mal-educados e desinteressados que, sendo poucos e contáveis, nos dão cabo da aula e da paciência, gastando cordas vocais e tempo. Pode-se considerar uma hora de aulas igual a uma hora na fábrica, no estaleiro, ao balcão, no escritório? Mas há quem queira equivaler actividades diferentes, e misturar mercado e rentabilidade com pedagogia.
Também me orgulho de nunca ter frequentado “acções de formação” – tratei de obter a licenciatura em horário pós-laboral, e de realizar um mestrado (e respectivas propinas) na minha área. O conhecimento é um desporto radical! E divulgá-lo um dos prazeres do investigador.
Para o ME, não vale patavina um professor ter livros publicados na sua área, ou artigos publicados fora de Portugal, a enumerar no “relatório crítico”. Recordas-te duma ministra do governo Santana Lopes querer medir/pesar o número de artigos publicados em revistas? Até o ano sabático que recebi não foi contabilizado para créditos (contrariamente ao que está escrito na Lei de Bases)… Acontece que a comissão única que credibiliza acções de formação e diplomas académicos faz um simples “trabalho de mercearia” que qualquer secretaria escolar faria em pouquíssimo tempo (a Comissão referida, com sede aqui em Braga, demora uns 2 meses…). Até me admiro porque é que a ministra Manuela Ferreira Leite não extinguiu tal comissão em seu devido tempo.
Sim, pode-se mudar: 12 alunos por turma, escolas com um máximo de 400 alunos. Multimédia, teatro, música em colectivo, recitais de poesia, BDs, viagens de estudo, horta para a aprendizagem e consumo, animais na quinta escolar para estudo e afecto “in loco”. Utópico? Utópico é pretender que, com as actuais condições escolares, se vai obter um crescente interesse e êxito no conhecimento e, daí decorrente, no progresso de Portugal.
Boa sorte!
Franklin Pereira - Braga

sábado, dezembro 17, 2005

Há 33 anos era assim...


Apollo 17: Last on the Moon Credit: Apollo 17, NASA (Image scanned by Kipp Teague)
Em Dezembro de 1972, os astraunautas Eugene Cernan e
Harrison Schmitt da Apolo 17, tiveram a possibilidade de
passar três dias de férias na Lua.
Trinta anos passados, há uma autêntica corrida aos voos espaciais. Passar umas horas no espaço é privilégio de alguns terráqueos milionários. Isso de ir de férias a Cancun ao às Maldivas é coisa de pelintras.
Esperem p'ra ver...

terça-feira, dezembro 13, 2005

O projecto EU-HOU - Hands-On Universe, Europe

NGC 772 obtida com o Telescópio Faulkes operado a partir de Portugal. Crédito: NUCLIO.

O projecto EU-HOU - "Hands-On Universe, Europe": "bringing frontline Astronomy to the classroom" tem como objectivo renovar o ensino das Ciências nas escolas básicas e secundárias recorrendo à Astronomia. Instituições de investigação e de divulgação científica de oito países europeus desenvolveram recursos, prontos a serem utilizados na sala de aula, que aproximam os alunos pré-universitários à investigação científica moderna. No passado dia 26 de Novembro, decorreu uma sessão de apresentação do EU-HOU a professores interessados em participar no projecto. O encontro, que teve lugar no Instituto Geográfico do Exército, terminou com a primeira sessão de observação de Portugal com o Telescópio Faulkes – um telescópio óptico de 2m, localizado no Havai, que é operado remotamente por escolas do Reino Unido e será utilizado pelas escolas que adiram ao projecto EU-HOU.
Quem sabia deste projecto?
Todos são iguais mas, há uns mais iguais que outros... veremos!...

quinta-feira, dezembro 08, 2005

"- Se tu não o fizeres, o teu filho não o fará, também..."

Há dias, de telecomando na mão, fazia passar vários canais de TV, à procura de algo diferente das novelas e das primeiras companhias de cá da terra. De repente, na TVE, um anúncio deveras interessante e exemplar fez-me soar um preocupante sinal de alarme.
O ambiente era o de uma sala de estar, de um apartamento urbano. Um sofá, em frente de um plasma. Entra um adulto, que se supõe ser o pai, apaga a TV, pega num livro e senta-se a ler. Logo de seguida, entra uma criança, supostamente o filho, vê o pai e, num acto imitador, pega num revista que estava sobre a mesa do lado e começa a ler, na mesma compostura do pai, apesar da revista estar de pernas p'ró ar.
Por baixo da imagem aparece uma legenda:
"- Se tu não o fizeres, o teu filho não o fará, também..."
Tocou, profundamente, a raíz de todo o insucesso da educação entre nós. Tanta tinta, tantos tratados e estudos e, afinal, a solução está ali, tão simples como um olhar atento sobre a realidade. Se os pais não usam a leitura como poderão exigir que os seus filhos o façam?
As crianças não têm hábitos de leitura, dizem os professores. Tentam remar contra a maré e demonstrar aos seus alunos a necessidade da leitura como instrumento fundamental do conhecimento. Mas, quando chegam a casa, o ambiente é um outro mundo. Novelas e companhias, trabalho e problemas, sono, solidão e o silêncio da noite. Amanhã, tudo se reproduz... volta tudo ao mesmo...

domingo, dezembro 04, 2005

Nebulosa de Caranguejo.

O cosmos é fascinante...
A Nebulosa de Caranguejo está catalogada como M1...

sábado, dezembro 03, 2005

Os continentes formaram-se mais cedo do que se pensava...


Estes zircões australianos dizem-nos o balanço dos elementos químicos e minerais que formavam a crosta terrestre primordial. Crédito: Mark Harrison.

"(..) As fotografias representam os minerais mais antigos da Terra que se conhecem, os zircões. Estes grãos têm a espessura de um cabelo humano e só se encontram na região de Murchison, no oeste australiano. Os zircões contêm elementos químicos raros, como o háfnio e o lutécio, que possuem tempos de vida muito elevados.
Quando a Terra se formou, não havia camadas distintas, era tudo matéria primordial fundida, essencialmente homogéneo – qualquer amostra de matéria da Terra apresentaria uma composição química com uma abundância relativa de háfnio e lutécio semelhante à que se encontra nos
meteoritos
. (...) "
Ler mais...

Afinal, há água em Marte...



Desta vez é uma certeza. A calote do pólo Sul marciano contém grandes quantidades de água. De gelo, para ser mais preciso. A maioria dos cientistas estão persuadidos, depois da observação, em 2002 de hidrogénio, um dos dois componentes, com o oxigénio, pela sonda americana MarsOdyssey. Mas, desta vez, os investigadores europeus viram, com os próprios olhos, através de uma câmara acoplada ao espectrómetro Omega, um instrumento que analisa a luz solar reflectida no solo e que permite determinar a sua composição.
Jean-Pierre Bibring, do Instituto de astrofísica espacial de Orsay (Essonne), que dirige a equipa científica de Omega, felicitou-se pelos primeiros resultados: «Penso que é uma notícia sensacional.»
In, La liberation, 02-12-2005

sexta-feira, dezembro 02, 2005

A nova imagem da ponte de D. Luís.

O novo postal da ponte D.Luís. Uma obra emblemática para o Porto e arredores. A luz da ponte faz lembrar o ferro iluminado da torre Eiffel de Paris .

A sua história...

"Em 11 de Agosto de 1880, foi aberto concurso para a nova ponte, após o governo não ter aceite um projecto da firma G. Eiffel et Cie. que só contemplava um tabuleiro ao nível da ribeira, com sector levadiço na parte central. Um projecto que mereceu um Grande Prémio na Exposição Universal de Paris de 1878, mas não servia para uma eficaz ligação entre os núcleos urbanos do Porto e Gaia. Por isso aquele concurso impôs como premissa necessária á concepção de uma ponte de dois tabuleiros. Apresentaram-se numerosos concorrentes: Société de Braine Leconte, Société des Batignolles (duas soluções), G. Eiffel et Cie., Auguste LeCoq. Andrew Handyside, Société de Willebroek (duas soluções) e John Wixon.

A ponte acabou por ser projectada por um discípulo e colaborador de Eiffel, o engenheiro Teófilo Seyrig"

Fonte: IPPAR

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Hoje, 1 de Dezembro...

Portugal aos portugueses, a Espanha aos espanhóis. Fora com a Duquesa, morte ao traidor Miguel de Vasconcelos... ( comido pelos cães, depois de estatelado no meio da praça).
Viva D.João, duque de Bragança, Viva Portugal!
Foi mais ou menos o que se passou naquela manhã fria de Dezembro.
Longe estava ainda a nação Lusa, do "Corte Inglês", "da Zara", " Maximo Dutti" e tantos mais que, pacificamente, pé ante pé, vão tomando conta da economia do país.
Hoje, com a UE, sem fronteiras, num mundo globalizado, as independências dos países alteraram-se na forma e no conteúdo.
As gigantescas sociedades financeiras internacionais, os mercados de capitais que controlam tudo e todos, ocuparam o poder sobre as coisas e sobre os homens. O capital internacionalizou-se, não tem rosto. É dificil encontar a duquesa e o Miguel no emaranhado de redes, sucursais e corredores, disseminados pelos cinco continentes.
Nesta altura, os quarenta cavaleiros teriam de ser muitos mais, tantos que não caberiam na estreita portada do Paço lisboeta.
Mas, ainda há quem se lembre das histórias do passado e recorde aos seus descendentes, os sacríficios que muitos padeceram para poderem gritar, bem alto, a independência de Portugal.
Orgulhosamente sós....afirmava, muitos séculos depois desse primeiro dia de Dezembro, um tal António que, por breves décadas, conseguiu erguer bem alto os ideais dos quarenta conjurados.